[:pb]No dia 11 de agosto comemoramos o Dia dos(as) Advogados(as)! Em comemoração à data, entrevistamos os colaboradores da Mineração Caraíba Antônio Neto, Diretor Jurídico, e Caroline Shohet, Consultora Jurídica. Neste bate-papo, os profissionais abordaram suas trajetórias iniciais e experiências vividas no cotidiano da empresa, além de comentarem sobre a profissão e sua importância para o setor mineral. Acompanhe na íntegra:
Primeiramente, gostaríamos de parabenizá-los pela data de hoje. Para iniciarmos esse bate-papo, poderiam compartilhar qual a motivação inicial para que ingressassem na advocacia? Conseguem recordar algum momento em que perceberam que a área jurídica era a vocação profissional?
Caroline Shohet: Desde pequena sempre fui muito argumentativa, defensora dos ideais que acredito e sempre gostei muito de ler, além de ser a profissão dos meus tios, o que sempre me encantou. Tinha muita curiosidade para saber como era o dia a dia deles. Mais velha, percebi que era uma profissão com uma grande variedade e possibilidades de atuação, podendo escolher a que mais me interessasse.
Antônio Neto: Obrigado! É um prazer estar aqui para falar um pouco sobre a minha história. Por trás da minha escolha pelo direito, existiu uma dúvida enorme em relação a que carreira seguir. Sou filho de dois representantes comerciais, que não tinham ensino superior. Minha mãe, sempre quis cursar medicina, mas, à época, meu avô não permitiu, porque “faculdade não era lugar de mulher de família”. Meu pai, 20 anos mais velho do que minha mãe, tinha curso técnico em contabilidade, mas sua grande qualidade era vendas. Sem um exemplo mais presente em casa, tive que analisar as opções, pois estava decidido a ter um futuro diferente do deles. Em busca de uma maior segurança e diante da maior diversidade de atuação, acabei decidindo pelo Direito, ao invés de Administração e minha primeira escolha seria por seguir uma carreira pública. Meu objetivo, àquela época, era me tornar delegado da Polícia Federal, então, cursar a faculdade de direito era o caminho necessário para atingir esse objetivo.
Após escolher a área do direito, diante da diversidade de campos de atuação, quais os caminhos trilhados que os fizeram chegar à indústria mineral? Falem um pouco da trajetória profissional e experiências!
Caroline Shohet: Trabalhei durante alguns anos em escritórios de advocacia, o que foi extremamente importante para o meu aprendizado, mas passei a sentir falta de um envolvimento maior com uma única empresa. Em um escritório, o advogado dificilmente tem visão do impacto de suas ações ou do dia a dia de seus clientes. Quando recebi a oportunidade de ir trabalhar em uma multinacional do setor de alimentos pude ter essa visão, ver como o jurídico de uma empresa é parte da grande roda que move uma empresa e não apenas uma relação de cliente-advogado. O que me motivou a ir para a indústria mineral foi tanto a possibilidade de aprender e me envolver com uma atividade que é um dos principais setores da economia nacional, quanto a história de superação e resiliência da Mineração Caraíba.
Antônio Neto: Embora tivesse o objetivo de me tornar delegado da Polícia Federal, a situação financeira em casa me fez procurar um estágio. Na segunda tentativa de entrar em um mesmo escritório, em dezembro de 2003, comecei a estagiar em contencioso, nas áreas cível, imobiliário e tive o primeiro contato com o direito tributário, minha especialização até hoje. Foi paixão à primeira vista! De lá, tive passagens mais longas por escritórios com atuação na consultoria e contencioso tributário. Em 2013, fui contatado por um caçador de talentos (“Head Hunter”), que me abordou para a vaga na Mineração Caraíba. Possuía, àquela época, pouca vivência na área de mineração, embora tivesse atendido alguns clientes até então. Em 04 de fevereiro de 2013, teve, então, início a minha história aqui na Mineração Caraíba.
Diante as inovações surgidas, incluindo na área jurídica, quais são as suas expectativas para a profissão dentro do setor mineral? Quais as dicas que dariam para profissionais interessados em atuar na mineração?
Caroline Shohet: Mesmo com a relevância global do setor, as regulamentações são desatualizadas e imprecisas, o que vem sendo alterado, mas com um longo caminho pela frente. Os profissionais interessados em atuar na área devem estar sempre atentos a essas mudanças e dispostos a continuar estudando e aprendendo.
Antônio Neto: Diria que uma boa visão geral, do todo, generalista em todas as áreas do direito, seria um bom início. Adicionaria a isso um bom conhecimento de informática, inglês e interesse pelo mundo dos negócios e como as decisões são tomadas. O advogado no setor corporativo, seja na área mineral ou em outra área, precisa ter uma forma de pensar diferente do padrão ensinado na faculdade. É necessário saber que existe um problema, analisar o risco e, principalmente, oferecer alternativas. Por isso, que uma visão ampla, com um bom conhecimento geral, é tão importante.
Na mineração, além do envolvimento com disposições legais, relações jurídicas, regulatórias, entre outros, o setor jurídico busca equilibrar a atuação dos sujeitos envolvidos nessa atividade econômica de grande importância. Poderiam relatar sobre a rotina de atividades e os papéis que exercem na Mineração Caraíba?
Caroline Shohet: Atuo na área societária e contratual da empresa. Na área societária, realizamos todas as atividades e elaboramos todos os documentos necessários para que a empresa possa atuar no seu dia a dia, como realização da assembleia geral de acionistas, reuniões do conselho de administração e seus respectivos documentos. Com relação à área contratual, todos as relações comerciais realizadas pela empresa devem estar refletidas em documento e, para isso, realizamos contratos de prestação de serviços, de fornecimento, de locação e quaisquer outros documentos necessários para resguardar a companhia.
Antônio Neto: Rotina algo que não se aplica ao meu dia a dia! Nosso papel primordial é evitar problemas e garantir que estejamos atuando de acordo com a legislação em vigor, também conhecido como compliance. Temos, ainda, função fundamental em algumas decisões estratégicas relacionadas ao negócio propriamente, seja numa relação comercial, por meio de um contrato, ou numa decisão societária ou tributária. Nosso time também auxilia na relação com as comunidades, meio ambiente, sindicato e, agora, por meio da Célula de Contratos, na gestão dos maiores contratos da empresa. Contudo, um dos trabalhos mais gratificantes que temos desempenhado, na minha opinião, é a regularização fundiária do Distrito de Pilar. Este, quando terminado, vai permitir que os moradores de Pilar, finalmente, tenham acesso às escrituras públicas de propriedade de suas terras.
Por fim, gostaríamos de agradecer a participação e deixá-los à vontade para enviarem uma mensagem aos colegas e aos futuros(as) Advogados(as). Agradecemos a participação!
Caroline Shohet: O direito possui inúmeras áreas de atuação, busquem uma área que vocês adorem para que o trabalho seja prazeroso e vocês sempre queiram aprender mais.
Antônio Neto: Eu quem agradeço a oportunidade de passar um pouco da nossa história para tantas pessoas. Para os futuros advogados, sigam perseverando e agregando conhecimento. Como dizia um professor meu de faculdade, “o direito é uno e indivisível, somente admitindo divisão para fins acadêmicos”. Entender o sistema jurídico como um todo e adequar seu raciocínio para a resolução de problemas, não para apenas ressaltar que eles existem, pode ser uma chave importante para o sucesso na profissão. Um abraço, sucesso e prosperidade para todos.[:]